Senão ou se não

“Senão” ou “se não”? Pronunciamos do mesmo jeito e ambos estão corretos. Quando usamos um ou outro? A dica é simples basta substituir por sinônimos. A seguir, vamos entender melhor esta sugestão e ver como estes termos se comportam. Afinal de contas, eles podem ser importantes aliados na hora de argumentar, explicar ou descrever alguma situação. Vamos lá?

Quando usar senão

A palavra “senão” é bem versátil e nos ajuda a marcar uma oposição. Assim, este termo pode destacar um ponto e deixá-lo mais claro. Nos exemplos abaixo, encontramos alguns sinônimos entre parênteses que indicam qual significado “senão” assume em cada contexto.

Exemplos

  • O setor precisa planejar suas ações, senão não colherá os resultados desejados. (de outro modo, do contrário)
  • Não há emoções que resolvam o problema, senão dados e estratégias. (mas, mas sim, porém)
  • Para nós, não há alternativa, senão o diálogo sincero. (a não ser, exceto, salvo)
  • Ninguém, senão o Alexandre, entregou o trabalho a tempo. (a não ser, exceto, salvo)
  • Só há um senão nessa série: os episódios são muito longos. (defeito, problema, mácula)

É interessante observar que no primeiro e segundo exemplos, “senão” desempenhou a função de conjunção. Já no terceiro e quarto exemplos, “senão” funciona como preposição. Por fim, na última frase, encontramos um substantivo.

Quando usar se não

”Se não” é a soma da conjunção “se” mais o advérbio “não”. Para descobrir se devemos escrever “se não” separado, basta trocar por “caso não” ou “quando não”. Esta dica sempre funciona! Note que a substituição por “caso não” irá frequentemente exigir uma adaptação do verbo que segue, como no primeiro exemplo abaixo: “…caso não chova”.

Exemplos

  • Irei visitar Mariana, se não chover. (caso não chova)
  • Se não canta, ninguém dança. (quando não; enquanto não; caso não cante)
  • Pode levar três, quatro, se não cinco semanas para terminar a obra. (quando não)
  • Se não há razões de fato, por que discutir? (caso não haja; visto que não há)
  • Perguntei aos convidados se não poderíamos começar a festa mais cedo. (caso não pudéssemos; se por acaso não)

Repare nas relações que conjunção “se” estabelece. No primeiro exemplo, “se” introduz uma condição; assim também acontece no segundo exemplo, no qual há uma condição, mas com um sentido temporal. Já no terceiro, “se não” significa “ou” e, no quarto exemplo, existe uma relação de causa. Finalmente, no último notamos incerteza, uma pergunta indireta; aqui, “se” funciona como conjunção integrante.

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Nossa dica é certeira, mas se ainda resta algum senão, algum problema, não se estresse. Selecionamos uma videoaula para clarear ainda mais a explicação.

Fala, Wilson!

O prof. Wilson explica com simpatia quais são os usos de “se não” e “senão”.

Lembre-se: se deu para substituir por “caso não” ou “quando não”, então, é “se não” separado. Agora que já sabemos quando usar “senão” ou “se não”, vamos conhecer a diferença entre sessão ou seção?

Naiana Mussato Amorim

Escritora, doutora em literatura e amante de histórias em quadrinhos.