Vir é usado para expressar um sentido oposto ao verbo “ir”, sendo uma das formas nominais do verbo: o infinitivo.
Não poderia ir, vir, abrir as portas e entrar naqueles quartos, vestir-se, comer, respirar, sabendo que estava sozinha. (Lúcio Cardoso, Dias perdidos)
Vim é usado para indicar uma forma flexionada do verbo “vir”: a primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.
Mestre, não vim aqui para brigar. (José Lins do Rego, Fogo Morto)
”Vir” é um verbo no infinitivo. Trata-se de somente uma das formas nominais de um verbo, pois há também o gerúndio e o particípio. Tais formas são utilizadas quando o verbo não está expressando tempo (passado, presente, futuro), modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), número (singular, plural) ou pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles). Quanto ao seu significado, de acordo com o Dicionário Online de Português, “vir” significa: “dirigir-se ou ser levado de um local para outro, normalmente para o lugar onde estamos ou para seus arredores”. Assim, “vir” é o contrário de “ir”. Vejamos alguns exemplos para que você consiga compreender melhor o seu uso:
Nos dois primeiros exemplos, podemos visualizar claramente “vir” com um sentido contrário ao do verbo “ir”. Nos dois exemplos, também notamos que antes do verbo há um artigo (“um” e “o”), indicando que o verbo está sendo utilizado em sua forma nominal, como se fosse um substantivo, e não em sua forma flexionada com marcas de tempo, modo, número e pessoa. Já no terceiro exemplo, observamos um uso diferente, mas bastante comum do infinitivo: quando ele compõe uma locução verbal. Nestes casos, o segundo verbo está em sua forma nominal (vir: infinitivo) e o primeiro apresenta as marcas da flexão (pode: verbo “poder” flexionado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo).
Como vimos acima, quando o verbo não está em uma de suas formas nominais (infinitivo, gerúndio, particípio), ele está flexionado. Desta maneira, “vim” é uma das formas flexionadas do verbo “vir”. Mais especificamente, está na primeira pessoa (pessoa) do singular (número) do pretérito perfeito (tempo) do indicativo (modo). Ufa! Parece difícil, mas com os exemplos a seguir você verá que é bem simples!
Nos exemplos acima, podemos notar que todos os verbos concordam com a pessoa gramatical “eu”, estando explícita – primeiro exemplo – ou implícita – dois últimos exemplos. Além disso, percebemos que todos indicam um fato ocorrido no passado. No terceiro exemplo, há, inclusive, a data do acontecimento (1846).
Por fim, aproveitamos para explicar mais uma palavra que causa bastante confusão: a forma vier. Ela, assim como “vim”, também é uma das formas flexionadas do verbo “vir”. No entanto, apresenta outras flexões. Observe o exemplo: “Quando vier o ladrão, me escondo aqui dentro” (Cecilia Meireles, Olhinhos de Gato). Neste caso, o verbo está na terceira pessoa do singular (o ladrão) do futuro do subjuntivo (quando vier).
Gostou do tema? Ainda tem dúvidas? Veja o vídeo a seguir e aprenda mais sobre estas formas tão utilizadas em nosso dia a dia!
Neste vídeo, a professora Milena retoma algumas informações já explicadas aqui e ainda acrescenta mais um verbo à questão: o verbo “ver”. Confira!
Agora que você já aprendeu a diferença entre “vir” e “vim”, não deixe de “vir” ao nosso site e conferir quando usar haver ou a ver. Aprenda mais assuntos interessantes e úteis sobre a nossa língua e arrase na comunicação!